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    10.1. Posso emular um servidor Novell no meu Linux?

    O Mars-NWE oferece um subconjunto do protocolo NCP, suficiente para que as estações e demais servidores enxerguem-no como servidor Netware. Já quanto a administração do servidor (contas de usuários, permissões etc.), muita coisa tem de ser feita pelo Linux, pois as ferramentas de administração do Netware (SYSCON, FCONSOLE...) não são eficazes com o Mars. Afinal, é um emulador, não um sistema operacional.

    1. Algumas noções gerais de IPX

    O IPX é um protocolo de transporte, que encarrega-se de transportar UM pacote de rede da origem ao destino. O controle da sessão é feito por outros protocolos empilhados sobre dele. No caso dos serviços Netware, o protocolo de sessão é o NCP.

    Em máquinas que usam TCP/IP, há necessidade de especificar o número IP de cada uma delas. Já no IPX, isso não precisa ser feito. O "número IPX" de cada máquina é o próprio número Ethernet de 48 bits da placa de rede.

    Também não é suportado, no IPX, o conceito de netmask. O número de rede é um campo separado, de 32 bits, do cabeçalho do pacote IPX. Cada rede local deve ter um número unívoco. Desta forma, o protocolo IPX é roteável, tal como o TCP/IP.

    Adicionalmente, servidores Netware nativos e também o Mars desempenham automaticamente a função de roteadores, se estiverem ligados a mais de uma rede local. Uma vez por minuto, os servidores "anunciam-se" com pacotes de broadcast, e isso permite que os servidores montem rapidamente uma tabela de roteamento dinâmica. Também é possível especificar rotas estáticas para IPX, mas dificilmente isso é necessário (um possível uso de rota estática é a interligação de redes via WAN). O protocolo de auto-descoberta de rotas é denominado RIP, e seu modo de operação é análogo ao protocolo homônimo RIP para TCP/IP.

    O kernel do Linux permite criar uma rede interna no próprio kernel.

    Se você for usar o Mars-NWE, não use esse recurso. O próprio Mars encarrega-se de criar a rede interna e não vai funcionar se o kernel já o tiver feito;

    Os utilitários ipx_configure e ipx_interface configuram interfaces de rede para funcionarem com IPX. Eles são úteis quando você precisa montar volumes Netware remotos (com ncpmount) e NÃO estiver usando o Mars no computador-cliente. Ainda, o ipx_interface permitirá que você atribua a interface primária a uma placa de rede (como já foi dito, uma das interfaces tem de ser a primária). Alias, você será obrigado a configurar a primeira interface de rede como primária se utilizar o ipx_interface;

    Como o Mars cria sua própria rede interna e atribui a rede primária a ela, está claro que ele não funcionará se as interfaces IPX tiverem sido previamente configuradas com o ipx_interface. Assim, NÃO MISTURE o Mars com comandos ipx_interface e ipx_configure. Nem mesmo ative IPX no LinuxConf se for usar o Mars;

    O Mars-NWE permite que as interfaces de rede "reais" sejam especificadas em seu arquivo de configuração, o que elimina qualquer necessidade residual de utilizar o ipx_interface.

    2. Autenticação de usuários

    Como foi visto no arquivo de configuração, a cada usuário Netware corresponde um usuário Unix, que deve estar cadastrado no arquivo /etc/passwd.

    Porém, a autenticação da senha não é feita com base na senha do /etc/passwd ou /etc/shadow. A primeira senha do usuário pode ser colocada no próprio arquivo /etc/nwserv.conf. Quando o Mars lê o arquivo de configuração e detecta que há novos usuários no arquivo (ou seja, que ainda não estão cadastrados no bindery) ele cadastra-os como objetos de bindery, com as senhas especificadas.

    A especificação de senhas para usuários no arquivo /etc/nwserv.conf não é obrigatória nem recomendada. O ideal é cadastrar o usuário sem senha, atribuir uma senha qualquer com o passwd (DOS) ou nwpasswd (utilitários Netware para Linux), e deixar o próprio usuário redefinir sua senha a gosto.

    Os usuários UNIX devem ser cadastrados em grupos condizentes com os grupos de trabalho. Por exemplo, se você tem usuários do setor de recursos humanos, contas a receber e chão de fábrica, e cada um desses grupos deve ter acesso restrito aos respectivos arquivos, devem ser criados três grupos UNIX (o script groupadd pode ser útil), e os usuários devem ser membros desses grupos.

    Se determinados usuários pertencem a mais de um grupo de trabalho, isso não constitui problema. No Unix, cada usuário pertence a um único grupo primário, mas é fácil atribuir grupos secundários ao usuário, através de intervenção manual do arquivo /etc/group.

    3. Bindery

    Desde a versão 0.99pl9, o Mars-NWE é capaz de armazenar objetos de bindery. Programas que dependam dessa capacidade funcionarão todos.

    Porém, o Mars não honra objetos de configuração do próprio servidor, tais como trustees e limitações de horário. Você pode até criar trustess com o SYSCON, eles ficarão corretamente armazenados, mas não terão o efeito prático. As permissões de usuários devem ser controladas pelo arquivo de configuração e pelo próprio Linux. Os únicos objetos de bindery que o Mars honra são as senhas dos usuários, que podem então ser configuradas pelo SYSCON. Assim, cada usuário pode configurar sua senha sem intervenção do administrador do sistema.

    Os objetos de bindery, por padrão, ficam armazenados no diretório /var/mars_nwe/*, portanto é importante fazer cópia de segurança desses diretórios, além dos diretórios dos volumes.

    4. Login scripts

    Os login scripts ficam armazenados no diretório SYS:MAIL\, tal como num servidor Netware. Além disso, você será capaz de criar/alterar esses arquivos via SYSCON.

    Às vezes o SYSCON não consegue gravar o login script; ele grava um arquivo LOGIN.BAK no diretório do usuário e não consegue renomeá-lo para LOGIN. Geralmente isso é problema de permissão em diretórios ou arquivos velhos. Renomeie manualmente no Linux e atribua as permissões do usuário. É certo que isso não acontecerá uma segunda vez.

    Se você estiver migrando do Netware para o Mars, certamente vai montar o volume Netware com ncpmount e copiar os dados para um diretório como /home/netware/sys ou coisa parecida. Muito bem, é interessante que, uma vez feita a cópia, você apague os subdiretórios do diretório SYS:MAIL.

    Se você não o fizer, ali ficarão os diretórios antigos, criados pelo servidor Netware. E é certo que os números de usuário atribuídos pelo Netware (que são justamente os nomes dos diretórios) não vão bater com os números criados pelo Mars; e você terá de ficar descobrindo '"quem é quem" e atribuir as permissões corretas com chown e chmod etc... Apague tudo; assim que você iniciar o Mars, todos os diretórios serão criados automaticamente. Só então preencha os login scripts dos usuários.

    5. Permissões dos usuários

    Como os trustees não são honrados pelo Mars, é necessário estabelecer as permissões no próprio Linux através dos comandos chmod, chgrp e chown.

    Já vimos que o arquivo de configuração do Mars estabelece uma relação entre usuários Netware e usuários UNIX. Os comandos citados acima trabalham apenas com usuários UNIX, portanto as permissões tem de ser "pensadas" em termos de usuários UNIX. (É certo que se os usuários UNIX tiverem os mesmos nomes dos usuários Netware, fica tudo mais fácil ...)

    O usuário Unix associado ao "supervisor" pode ser o root, ou um usuário comum. Se for um usuário comum, ele deve ter um grupo primário só seu, e também deve participar de todos os grupos onde haja usuários Unix associados com usuários Netware. Isso garante que o supervisor possa de fato ler e gravar qualquer arquivo dos volumes exportados.

    É melhor associar o supervisor a um usuário Unix comum.

    Basicamente, os seguintes pontos tem de ser observados:

         Os diretórios e arquivos SYS:SYSTEM, SYS:PUBLIC e SYS:LOGIN devem ser
          possuídos por root:root (ou outro usuário:grupo que foi especificado como
        sendo supervisor), e com permissões de leitura para todo mundo;
        
         O diretório SYS:MAIL deve ser possuído por root:root mas com permissão
        de leitura a todo mundo;
        
         Os demais diretórios e arquivos devem ser possuídos pelos respectivos
        usuários:grupos;
        
         As permissões de todos os diretórios devem ser: 2775 se legíveis a todos
        os usuários; e 2770 se legíveis apenas aos usuários do grupo. O dígito "2"
        aciona o bit SGID do diretório; assim quaisquer arquivos e diretórios novos
        criados dentro do diretório serão possuídos pelo usuários que os criaram,
        mas o grupo será sempre o mesmo do diretório-mãe. Assim, os demais usuários
        do grupo também terão acesso garantido aos novos arquivos e diretórios. Note
        que isso complementa a configuração das máscaras de permissão do arquivo
        /etc/nwserv.conf;
        
         O diretório-raiz de cada volume (como no arquivo-exemplo, o diretório
          /home/netware/sys) deve ter permissões 775 e ser possuído por root:root
        (ou outro usuário:grupo que foi especificado como sendo supervisor), salvo
        se os usuários tenham permissão de criar arquivos/diretórios no
        diretório-raiz
        do volume, caso em que as permissões devem ser 777;
        
         Os diretórios MAIL/ devem ser possuídos pelos respectivos usuários e
          grupos
        primários. Os arquivos LOGIN podem ser possuídos pelo usuário ou ainda
        possuídos
        pelo root (neste último caso o arquivo está protegido contra tentativas de
        alteração que partam do próprio usuário). Note apenas que o arquivo e o
        diretório precisam ser ao menos legíveis pelo usuário, bem como o diretório
        MAIL;
        
         Ainda com referência aos subdiretórios de SYS:MAIL, se você deixou o Mars
          criá-los sozinho, as permissões já estarão todas corretas;
        
         Diretórios que determinado usuário não tenha permissão de leitura lhe
        aparecerão como vazios;
        
         Se por exemplo, um usuário precisa ter acesso ao arquivo
        VOLUME:DIR1\DIR2\DIR3\DIR4\DIR5\ARQUIVO, ele precisará ter, pelo menos,
        acesso de leitura ao diretório-raiz de VOLUME, bem como a todos os
        diretórios do caminho. Se não puder ler o diretório, o usuário não enxergará
        subdiretórios e arquivos.
    

    Uma maneira ainda mais "limpa" de configurar permissões aos grupos é separar os dados em diversos volumes. Cada usuário tem acesso restrito ao(s) volume(s) do(s) grupo(s) a que pertence.

    6. Diretório SYS:LOGIN

    Esse diretório é acessível para leitura à toda e qualquer conexão, identificada ou anônima. O fim dessa permissão é permitir o boot remoto e o processo de login.

    7. Utilitários DOS

    Muitas operações (cadastro de usuários, senhas etc.) podem ser feitas através do próprio Linux com os utilitários /usr/bin/nw*. Mas é certo que você precisará de um ou outro utilitário da Novell (IPX20, SYSCON, LOGIN, SLIST etc.) Existem umas poucas versões gratuitas de alguns desses utilitários (LOGIN e SLIST), o que é insuficiente para uma rede com estações DOS. Será difícil constituir uma rede Novell-like totalmente livre de software comercial.

    Se você tem um Netware licenciado, simplesmente copie os diretórios SYS:PUBLIC e SYS:SYSTEM para o servidor Mars e desative o servidor Netware.

    Como existe uma tendência forte de as estações DOS desaparecerem em favor das estações Windows 95/98, e estas últimas incluem um cliente para redes Netware que não depende de nenhum utilitário DOS, você será capaz de constituir uma rede totalmente livre de software comercial Netware se todas as suas estações forem Windows.

    Se suas estações forem todas Linux, também não haverá necessidade dos utilitários DOS. (Se bem que o próprio Mars-NWE não tem muita razão de ser numa rede assim, pois os Linuxes podem comunicar-se nativamente usando NFS, NetBIOS e lpd.)

    8. Performance do Mars-NWE

    A performance do Mars-NWE é ligeiramente inferior ao Netware 3.12, no mesmo hardware, mas é superior ao Netware 4". O Mars-NWE é mais rápido (10-15%) que o Netware 3.12 para operações comuns em arquivos (leitura e gravação de pequenos trechos etc.).

    Porém, o Mars é 50% mais lento em operações de leitura/escrita de grandes trechos, como por exemplo um COPY do DOS. Provavelmente devido ao "Packed Burst".

    Um outro possível problema é que o Mars não vai carregar/executar suas NLMs preferidas. Uma extensão eventualmente encontrada em servidores Netware 3 é o BTrieve. Já existe BTrieve para Linux, porém é um produto comercial, e, principalmente, o processo de substituição deixa de ser algo trivial.